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Livro - Parmenides - Sócrates e Platão

É neste diálogo que o jovem Sócrates, a personagem, defende a teoria das formas que é duramente criticada por Parmênides

ParmenidesOntologia (em grego ontos e logoi, "conhecimento do ser") é a parte da filosofia que trata da natureza do ser, da realidade, da existência dos entes e das questões metafísicas em geral

Parmênides pode ser considerado o pai da ontologia. É dele, por exemplo, estas palavras acerca da natureza do ser: “(...) O ser é ingênito e imperecível... nem era, pois nem será, pois é tudo junto, agora, uno contínuo... assim é necessário que seja totalmente ou que não seja de modo algum. E nem mesmo do ser concederá a força de crença veraz que nasça algo que não seja ele (...)“.

Para isso, o que é múltiplo e variado: Platão evidenciou primeiramente o conceito de múltiplo e variado onde “muitos” em contraposição a “um”, o conceito de múltiplo de Platão, que nada se parece com o conceito de dispersão limitada, porém de número, afirmava existir em quaisquer números a relação de unidade e multiplicidade. Mas como ficaria o aspecto do ser nessa estrutura? O ente, partindo da idéia de que ele é a relação da multiplicidade das coisas que são não pode ser entendido da forma correlata, entende-se que a unidade (uno) no homem é anterior a idéia de dúvida de sua própria existência.


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Nesse sentido, o uno possui uma forte idéia de totalidade de algo que não pode ser desfeito, o que na relação da construção do pensamento, principalmente o filosófico, não sistematiza dentro de princípios de construção e reconstrução do conhecimento, estando engessado. Aristóteles entende um filosofar puramente teorético, sendo de responsabilidade de o filósofo identificar o enigma do universo, sendo que a atitude primeira do espírito é o susto ou a dúvida. Seu principal problema envolve os aspectos do ser. Vale lembrar que o filosofar vem antes do uno que por si só não tem medida.

O primeiro motor imóvel, ato puro, o pensamento do pensamento, isto é, Deus, a quem Aristóteles chega através de uma sólida demonstração, baseada sobre a imediata experiência, indiscutível, realidade do vir-a-ser, da passagem da potência ao ato. Este vir-a-ser, requer finalmente um não-vir-a-ser, motor imóvel, um motor já em ato, um ato puro enfim, pois, de outra forma teria que ser movido por sua vez. A necessidade deste primeiro motor imóvel não é absolutamente excluída pela eternidade do vir-a-ser, do movimento, do mundo. Com efeito, mesmo admitindo que o mundo seja eterno, isto é, que não tem princípio e fim no tempo, enquanto vir-a-ser, passagem da potência ao ato, fica eternamente inexplicável, contraditório, sem um primeiro motor imóvel, origem extra-temporal, causa absoluta, razão metafísica de todo devir. Deus, o real puro, é aquilo que move sem ser movido; a matéria, o possível puro, é aquilo que é movido, sem se mover a si mesmo.

Se a divindade é uma atividade teorética, tendo como objeto unicamente a própria perfeição, não conhece o mundo imperfeito, e menos ainda opera sobre ele. Deus não atua sobre o mundo, voltando-se para ele, com o pensamento e a vontade; mas unicamente como o fim último, atraente, isto é, como causa final, e, por conseqüência, e só assim, como causa eficiente e formal. De Deus depende a ordem, a vida, a racionalidade do mundo; ele, porém, não é criador, nem providência do mundo. Em Aristóteles o pensamento grego conquista logicamente a transcendência de Deus; mas, no mesmo tempo, permanece o dualismo, que vem anular aquele mesmo Absoluto a que logicamente chegara, para dar uma explicação filosófica da relatividade do mundo pondo ao seu lado esta realidade independente dele.

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Saindo disso, entendemos que do geral para o particular o que é necessariamente UNO? Indivisível? Absoluto? Inalcançável? Perguntas que retomam a perspectiva de entendimento de algo que é desprovido de partes ou de suas partes serem inseparáveis entre si. Este foi o conceito elaborado por Aristóteles que desmistificou os aspectos do uno acidental e do uno por si. Feito isso, distingui as quatro espécies fundamentais no entendimento da unidade: a) Totalidades contínuas; b) Substâncias e Formas; c) numérica e d) definição (mesma definição).

O fato é que nessa estrutura o uno representa algo plenamente inicial, algo que já existe antes de quaisquer outras coisas. Nesse aspecto o uno é algo fixado antes da origem das coisas e que da origem a multiplicidade. Em Platão, é provável que ele se estabeleça nos indivíduos dentro do escopo das idéias, ou seja, no mundo das idéias, lugar que existe antes mesmo de tudo e que os indivíduos chegam apenas por meio da reminiscência. Dentro da estrutura bipolar de Heráclito, o uno se sistematiza no devir e na relação do ser e do não ser, para ele essas estruturas fundamentam a idéia de que o sujeito é esse eterno movimento de contrários. Parmênides rechaça sua filosofia acreditando que a estrutura, não cambiante, do ser é suprema e que seu oposto gera contradição, pois o ser que é não pode não ser. Aristóteles evidencia a idéia divina do motor imóvel, para ele existe uma força superior no que entende e interpreta as relações entre os entes.

Essas determinações aristotélicas, na minha perspectiva, levam em seu bojo, princípios incoerentes, a definição de unidade como algo indivisível não pode ser correlacionada a nenhuma processo de continuidade. O seu significado é claro: Por um lado a identidade da forma ou da substância consegue, mesmo e por outro lado a identificação daquilo que possui a mesma definição – identidade dos indiscerníveis.


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O próprio Platão irá revelar um eleatismo explicitamente reconhecido e que se manifesta na admiração e respeito com que cerca a figura de Parmênides no Sofista. Isto porque ele aceita do Eleata a afirmação intransigente do inteligível puro, objeto imutável, pairando acima das flutuações da opinião. Tal é, com efeito, o caráter próprio da idéia platônica.

Porém, o intelectualismo parmenidiano era um monismo radical e diante desta conseqüência extrema, que Platão percebe implicada numa concepção meramente estática das idéias, que ele recua, sentindo a necessidade de um esforço de superação do dilema eleático (o Ser é, o Não-Ser não é) que salve, assim, ao mesmo tempo, a unidade e a pluralidade no objeto da inteligência. O detalhe, entretanto, de que no diálogo o interlocutor seja um Estrangeiro de Eléia mostra-nos, já de antemão, que é na mesma linha da posição eleática, sem renunciar, portanto, ao intelectualismo, que Platão buscará sua solução para o problema.

Deve também ficar claro com isto que Platão não trata no diálogo dos primeiros princípios, mas somente de um grupo de metaidéias – ou gêneros generalíssimos – fundamentais para o desenvolvimento de seu argumento peculiar, que nós buscaremos demonstrar qual é o nexo dialético que os relaciona.

A superação do monismo absoluto de Parmênides é o que irá possibilitar o primeiro estatuto científico propriamente dito. O Sofista de Platão é se podemos assim dizer, juntamente com os livros de Aristóteles que Andrônico de Rodes enumerou no seu catálogo após a física, a carta magna da ontologia clássica, podendo, com justiça, ser considerado um de seus pontos de partida.
A temática trabalhada no Sofista pode ser localizada também em um outro diálogo de Platão chamado, não por acaso, de Parmênides, no qual Sócrates diante de Zenão traça rigorosamente o verdadeiro campo da discussão dialética.

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A grande batalha se dá, na verdade, em torno do Ser que desde o início se empenhara a filosofia grega. Para os antigos “fisiólogos” o Ser era um princípio material; para os eleatas, seguidores de Parmênides, uma forma ou uma idéia. Platão dará um passo adiante na discussão sobre o Ser, examinando justamente a questão da essência, na qual as duas principais escolas filosóficas se dividiam em dois grandes campos e se empenhavam numa espécie de “luta de gigantes”, pois tamanha é a controvérsia existente entre eles sobre o Ser.

Aristóteles opõe-se, frequentemente, a Platão e à sua teoria das Idéias. Para o estagirita não é possível pensar uma coisa sem lhe atribuir uma substância, uma quantidade, uma qualidade, uma atividade, uma passividade, uma posição no tempo e no espaço, etc.

Ao longo da história da filosofia, as diversas teorias sobre o "ser" irão ter, como paradigmas, as posições de Heráclito e Parmênides. Heráclito, defendendo a valorização do "devir" (multiplicidade e mudança), da transformação das coisas umas nas outras, e Parmênides, na defesa intransigente da imutabilidade do ser.

Heráclito afirmava que somente o devir ou a mudança é real. O dia se torna noite, o grande diminui, o pequeno cresce, a treva se faz luz, esta se transforma naquela, a vida cede lugar à morte, esta dá origem àquela. O mundo, segundo ele, é um fluxo perpétuo onde nada permanece idêntico a si mesmo, mas tudo se transforma no seu contrário.

A luta é a harmonia dos contrários, responsável pela ordem racional do universo. Nossa experiência sensorial percebe o mundo como se tudo fosse estável e permanente, mas o pensamento sabe que nada permanece tudo se torna contrário de si mesmo.

O logos é a mudança e a contradição. Parmênides afirmava que o devir, o fluxo dos contrários, é uma aparência, opinião que formamos porque confundimos a realidade com as nossas sensações, percepções e lembranças. O devir dos contrários não existe, é irreal, não é. É o Não-Ser, o nada, impensável e indizível. O que existe real e verdadeiramente é o que não muda nunca, o que não se torna oposto a si mesmo, mas permanece sempre idêntico a si mesmo. É o Ser.(...) Só podemos dizer e pensar aquilo que é sempre idêntico a si mesmo. Por isso somente o Ser pode ser pensado e dito.

Se for verdade o que Heráclito diz, o pensamento será um fluxo permanente, e a verdade, uma eterna contradição dos seres em constante transformação; mas, se é verdade o que Parmênides diz, desconhecemos o mundo em que vivemos e é impossível conhecê-lo.

Platão tenta conciliar as idéias de Heráclito e Parmênides e defende a existência de duas realidades de naturezas diferentes, de dois mundos em que um está dependente e subordinado ao outro. O mundo que vemos e sentimos é o mundo sensível, o mundo da multiplicidade e do devir, mais imediato, mas superficial, aparente e sem muito peso ontológico.



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BIBLIOGRAFIA:

- ABBAGNANO, Nicolas. Dicionário de Filosofia; tradução Alfredo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
- ALMEIDA, Ferreira João. A Bíblia Sagrada. Flórida- E.U.A.:Vida, 1990.
- ARANHA, Maria Lúcia de A. e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando; Introdução à Filosofia. 2.ed. São Paulo : Moderna, 1999.
- CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2004.
- HEIDEGGER, Martin. SER E TEMPO - Parte I. Petrópolis: Vozes, s.d.
- PLATÃO. O Sofista in “Diálogos”, Coleção os Pensadores. São Paulo, Abril Cultural, 1983, 3ª ed.
- REALE, Giovanni. Para Uma Nova Interpretação de Platão. Tradução de
- VAZ, Henrique C. de Lima. Ontologia e História. Escritos de Filosofia 52. São
Paulo, Edições Loyola, 2001.

Retirado do blog filosofiabrasileira.blogspot.com
Robson Pedro Véras - Graduado em História e Filosofia, pós graduando em filosfia e existencia pela Universidae Católica de Brasília

Livro - Fedão - Sócrates e Platão

A morte é uma escolha, já em vida, de quem é filósofo
"O exercício próprio dos filósofos não é precisamente libertar a alma e afastá-la do corpo?". Sócrates

Fédon (ou Fedão) o título de uma obra filosófica escrita por Platão que, através de diálogos, relata os últimos ensinamentos do filósofo Sócrates, antes de tomar a cicuta (pois fora condenado à morte pelo Estado).

Na obra, Equécrates ao encontrar Fédon pergunta a este quais foram às últimas palavras e ensinamentos do mestre Sócrates antes de morrer e pede que os relate, com a maior exatidão possível. Sócrates fala sobre a morte, a idéia, o destino da alma, dentre outros assuntos.


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Na ocasião de sua morte, segundo Fédon, estavam Apolodoro, Critobulo e seu pai, Hermógenes, Epígenes, Ésquines, Antístenes, Ctesipo de Peânia, Menexeno, Símias o Tebano, Cebes, Fedondes, Euclides e Terpsião, além de outros. Segundo Fédon, Platão se encontrava doente.

O mais importante a se lembrar, antes de iniciar a leitura do diálogo, é que este é um diálogo que não pertence à "fase socrática" de Platão, (divisão utilizada por alguns Filósofos). Sendo assim, ele estaria apenas usando a imagem do mestre para "divulgar" seu próprio projeto filosófico. Isto pode ser confirmado em determinadas passagens, como por exemplo, naquela onde Cebes comenta: "(...) Como o que costumas dizer amiúde: lembrar nada mais é que recordar." Este trecho mostra claramente a idéia de Platão acerca do mundo das idéias, sua máxima teoria. Platão recebeu uma influência muito forte da religião Órfica, que cria na alma e reencarnação. O diálogo Fédon é uma máxima desta influência, onde Platão faz o primeiro postulado acerca da alma.

O diálogo "Fédon", já da maturidade de Platão, ocorre na época posterior ao julgamento de Sócrates, e anterior à sua execução com a cicuta. Seus discípulos o cercam nesses últimos instantes de vida, sofrendo muito, parecendo por todo o tempo não entender a mensagem principal de Sócrates: que a morte é uma escolha, já em vida, de quem é filósofo: "o exercício próprio dos filósofos não é precisamente libertar a alma e afastá-la do corpo?". (Alma é "psiqué" no original grego, "anima" em latim, e não devemos confundir com o sentido atual, cristão do termo. "Anima" significa aquilo que dá animação, pode ser traduzida também como "vida", por exemplo).


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Livro - Górgias - Sócrates e Platão

O título deste diálogo de Platão faz referência a Górgias, sofista grego (487-380 A.C.), mestre de Tucídides, e que é aliás um dos que intervém. Nesta obra, a doutrina de Sócrates sobre a retórica é confrontada com a dos sofistas. Górgias é uma obra plena de atualidade. A problemática que equaciona e resolve é a que mais fundamentalmente preocupa os homens dos nossos dias. A questão da ?retórica?, tema central do diálogo, é, na realidade, um complexo de questões: princípios de actuação dos homens de Estado, natureza e função da propaganda política, crise dos valores tradicionais, ideal de realização humana. ?Retórica? para os Gregos dos tempos de Platão era muito mais do que o uso imoderado da palavra para fins de aliciamento, extravagância ou auto-afirmação. Era uma actividade que se pode classificar de ?política? no mais amplo sentido, porque abrangia a preparação técnica, cultural e humana daqueles cidadãos que quisessem dedicar-se à causa pública.
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Livro - Critão - Sócrates e Platão

A obra de Platão denominado Críton, ou Do Dever, observa-se alguns princípios que, certamente, podem ser considerados verdadeiros axiomas.

Diz respeito à necessidade de tomar em maior conta a opinião dos sábios, não importando se esta é ou não reflexo do pensamento da maioria.

Isso significa que se deve dispensar maior atenção àqueles que conhecem de modo profundo determinado assunto, uma vez que essa experiência é mais proveitosa para o ser humano do que a coleta de opiniões a esmo.

Adequando esse postulado à questão da Justiça, Platão coloca que há apenas um guia seguro para a sua concretização: a Verdade.

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Apologia de Sócrates - Platão

O julgamento de Sócrates (469-399 a.C.) foi um dos fatos históricos mais importantes da Grécia Antiga e até hoje inspira escritores, artistas e filósofos. Em 399 a.C., Atenas estava se recompondo após a derrota para Esparta na Guerra do Peloponeso, tentando consolidar o ainda frágil regime democrático. O posicionamento crítico de Sócrates pareceu uma afronta aos costumes da cidade e ele foi incriminado, julgado e condenado à morte por envenenamento sob as acusações de não cultuar os deuses da cidade, tentar introduzir novas divindades e corromper a juventude com suas idéias. As acusações não intimidaram o pensador, que decidiu conduzir a própria defesa, dando origem aos textos aqui reunidos, Êutifron, Apologia de Sócrates e Críton. São obras que partem da discussão filosófica, mas assumem ramificações religiosas, políticas e éticas, mostrando por que Sócrates passou para a História como fundador da tradição filosófica ocidental.


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