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Algumas obras de Joseph Conrad

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  • Almayer's Folly (1895)
  • An outcast of the islands (1896)
  • The Nigger of the "Narcissus" (1897)
  • Tales of Unrest (1898)
  • Lord Jim (1900)
  • The Inheritors (1901)
  • Youth and other stories (1902)
  • Heart of Darkness (1902)
  • Romance (1903)
  • Typhoon and other stories (1903)
  • Nostromo (1904)
  • The Mirror of the Sea (1906)
  • L'Agent Secret (1907)
  • A set of six (1908)
  • The Secret Sharer (1910)
  • Under Western Eyes (1911)
  • Twixt land and sea (1912)
  • Some Reminescences (1912)
  • Chance (1913)
  • Victory: an island tale (1915)
  • Within the tides (1915)
  • The shadow-line (1917)
  • The Arrow of Gold (1919)
  • Prince Roman (1920)
  • The Warrior's Soul (1920)
  • The Rescue (1920)
  • Notes on life and letters (1921)
  • The Black Mate (1922)
  • The Rover (1923)
  • The Nature of a Crime (1924)
  • Laughing Anne and one day more (1924)
  • Suspense (1925)
  • Tales of Hearsay (1925)
  • Last Essays (1926)
  • The life and letters of Joseph Conrad (2 vols.) (1927)
  • The Sisters (1928)(inacabado)
  • Congo diary and other uncollected pieces (1978)
  • The Collected Letters of Joseph Conrad (5 vols.) (1983-96)

Ideais de Joseph Conrad

Joseph Conrad - retrato pintado

O modo lúmpen de estar no mundo

Cristóvão Feil

Sociólogo e ensaísta.

“Durante um certo tempo eu sentia que ainda fazia parte de um mundo em que as coisas eram simples e claras, mas essa impressão não durava muito.” (Marlow, personagem da obra “O coração das trevas”, de Joseph Conrad.)

Zygmunt Bauman exalta a capacidade da narrativa dos romancistas de iluminarem os meandros da experiência humana de estar no mundo. O grande sociólogo contemporâneo, nascido na Polônia, faz essa constatação para espicaçar a academia e o que ele considera a alienação de alguns profissionais de ciências sociais. Para Bauman, a literatura consegue alcançar os interstícios, as frinchas da realidade, aonde a pesquisa sociológica jamais chegou. Para ele, os literatos são capazes de “reproduzir a não-determinação, a não-finalidade, a ambivalência obstinada e insidiosa da experiência humana e a ambigüidade de seu significado”. E para ilustrar cita Borges, Tolstoi, Balzac, Dickens, Dostoievski, Kafka, Thomas Morus. Mas poderia ter citado um conterrâneo seu, que, a exemplo dele, fez a sua vida profissional na Inglaterra e, portanto, em língua inglesa, que foi Joseph Conrad.

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Biografia de Joseph Conrad

Joseph ConradJósef Teodor Konrad Korzeniowski nasceu em 1857, na cidade de Berdichev, na Ucrânia, uma região que foi parte da Polônia mas na época estava sobre controle russo. Seu pai, Apollo Korzeniowksi, poeta e tradutor de literatura francesa e inglesa, criou o garoto num ambiente efervescente, num país onde se falavam quatro línguas, havia quatro religiões e diferentes classes sociais em combate. Por serem szlachta, uma classe herditária abaixo da aristocracia que possuia qualidades de nobreza, seu pai detinha poder político.

Porém, em 1861, envolvido em um movimento contra o domínio Czarista, Apollo teve que se exilar em Volgoda, norte da Rússia, junto com sua família. Foram sustentados pela Igreja Católica, o jovem Joseph contraiu pneumonia e sua mãe faleceu em 1865, de tuberculose.

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Apollo criou o garoto com trabalhos de Dickens, Fenimore Cooper e do Capitão Marryat. Em 1869 Apollo morre de tuberculose. Conrad vai então para a Suíça, abrigado com seu tio materno, Tadeusz Bobrowski, que o influenciou definitivamente. Ele volta à Polônia e frequenta escolas em Cracóvia, onde criou tantos problemas que seu tio teve que permitir que ele tentasse a vida de marinheiro. Seus amigos boêmios, o introduziram à ópera, ao drama e ao teatro.

Mas a vida marítima o chamava. Conseguiu se tornar observador em alguns barcos. Na metade da década de 1870, ele se juntou à Marinha Mercante da França como aprendiz e fez três viagens às Índias Ocidentais entre 1875 e 1878, para evitar ter que servir ao Exército Russo. Também se envolveu em contrabando de armas para a Espanha, que quase acabou em tragédia, com Conrad tentando o suicídio.

Entrou para a marinha Mercante Britânica em 1880. E depois de longos dezesseis anos nos navios da Rainha, conseguiu o comando de uma embarcação em 1886. No mesmo ano conseguiu a cidadania britânica. Em 1889 perdeu o direito de ser russo e assim poder visitar a Polônia novamente. Mudou seu nome para Joseph Conrad.

Em 1890 foi contratado como capitão de um navio que iria atravessar o Congo, onde padeceu de malária e desinteria. Esta experiência foi fundamental para o livro “O Coração das Trevas”, de 1902. Sua fúria e condenação do colonialismo foi brutal. Em 1894 abandonou o mar definitivamente. E decidiu se dedicar à literatura. Aos 36 anos se estabeleceu definitivamente na Inglaterra.

Conrad é talvez o último dentre os grandes viajantes da literatura de língua inglesa. Ao lado de Melville e Stevenson, deu colorações épicas a uma era de comércio marítimo e expansão colonial, transformando sua experiência na Marinha Mercante em fonte para uma obra que insufla na prosa européia "a liberdade das grandes águas do globo", conforme escreve em "A Linha de Sombra".

Em 1895 publicou “Almayer`s Folly”, trabalho que consumiu cinco de seus anos. Uma das grandes inovações de Conrad foi introduzir, sob a aparência do simples romance de aventuras, uma dimensão psicológica profunda entre os personagens, de forma a dar conta da tragédia existencial da condição humana.

Em 1896, casou-se com Jessie George e mudou-se para Kent. Entre 1900 e 1914 produziu uma séria de obras-primas: Lord Jim, Juventude, Tufão, Nostromo e Chance.

O filósofo Bertrand Russell, que veio conhecê-lo em seguida da sua chegada a Inglaterra, tinha verdeiro fascínio por sua obra, em especial, "O Coração das Trevas". (O grau de amizade foi tal que Russell batizou um de seus filhos com o nome "Conrad".)

Considerado pela crítica mundial como um dos mais notáveis escritores de língua inglesa, suas obras são contos românticos do mar, da empresa colonial e dos bastidores políticos. Têm, no entanto, uma profundidade psicológica e uma ética própria que revelam, com riqueza poética, uma compreensão compassiva da solidão da alma.